Santiago de Compostela. O nome é-me familiar desde pequeno. Nunca lhe liguei ou prestei muita atenção quando o mencionavam. Pelo que quando li novamente o nome no "Diário de um Mago", dizia-me tanto como "Salamanca" ou "Barcelona". Fiquei curioso com o caminho. Falei sobre o caminho. Decidi-me a fazer o caminho com uma paixão tão grande como a que sentia pela pessoa que o iria fazer comigo, a minha agora ex-companheira. Mas tudo se dissipou. E ficou esquecido. Nunca acabei de ler o livro. Curioso. Até agora.
O Agora
Muito se poderia dizer sobre o início. Mas é o agora que me interessa. Talvez a meio do caminho, ou algures nele, volte novamente ao início, e quem sabe, ao verdadeiro fim. Talvez até o fim seja agora. Mas não o do caminho. O caminho é Agora.
Não sei como foi retomado. Por vezes pensava em fazê-lo. Em Maio deste ano, no trabalho, quando traçava no Google Earth o percurso de Lisboa a Barcelona para obter os quilómetros e o tempo de viagem de carro, olhei para a fronteira de França... o Caminho! Estava ali. Já não me recordava do ponto de partida. Então pesquisei. Saint Jean Pied-de-Port. Introduzi-o como ponto de origem, e como ponto de destino, Santiago de Compostela. Mais de 800km. Uma linha horizontal sinuosa e gloriosa formou-se no écran. Enviei um mail com um print screen para os meus colegas de trabalho:
"Qualquer dia faço isto a pé".
Só me lembro do "És doido!".
Nesse fim de semana, no domingo, numa caracolada na casa que ainda partilhava com a Sofia, junto com amigos, numa conversa sobre férias, saiu-me qualquer coisa como:
"Qualquer dia meto 30 dias de férias"
Mais tarde, nessa noite, já passava da 1 da manhã, na madrugada do dia 14 de Maio de 2007, ficou decidido. Após dar por mim novamente a pesquisar pela web de tudo o que iria necessitar para fazer o caminho, atingiu-me como um raio. Iria fazer o caminho! E não era num futuro próximo. Era já! O mais rápido possível. Durante essa semana acordava com uma euforia que iluminava todo o dia. E o processo de iniciação, curou-me de algo que andava desesperadamente há 4 anos a tentar livrar-me, sem qualquer sucesso. Mas, talvez mais tarde fale sobre esse assunto. Provavelmente não.
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